“Mentalidade é Tudo: O Que Aprendi Sobre Resiliência Após Perder Minha Liberdade”

Essa pergunta me perseguiu em momentos decisivos da minha vida. Ela me fez perceber que a mentalidade é o alicerce de tudo: é ela que define como reagimos às quedas, como lidamos com injustiças, e como transformamos dor em aprendizado para seguir em frente.

Muita gente acredita que uma mentalidade forte é algo nato, como se fosse um talento inato. Não é. A mentalidade é construída, moldada e treinável. Eu só compreendi isso de verdade quando fui colocado à prova da forma mais intensa: preso duas vezes, sendo que na última vez, minha liberdade foi tirada por defender algo que a ignorância do sistema judiciário e social do meu país, infelizmente, ainda reprime em vez de compreender e acolher.

O Impacto da Mentalidade em Tempos de Crise

O tempo que passei na cadeia foi um divisor de águas na minha vida. Quatro meses da primeira vez e oito da segunda. Momentos em que o mundo parecia estar contra mim, em que minha dignidade foi arrancada. A raiva, o medo, a sensação de injustiça – tudo isso poderia ter me destruído. Mas não destruiu.

“Descobri que ninguém pode roubar a sua mente quando você está realmente presente.”

Foi a mentalidade que me manteve em pé. Foi a força de acreditar em algo maior, a capacidade de me conectar com o momento presente e compreender que, mesmo naquela situação, eu ainda tinha controle sobre o que se passava dentro de mim.

Lá, entre aquelas paredes frias, foram as leituras, reflexões, orações e mentalizações que me mantiveram vivo e em paz.

Entendendo os Perfis Comportamentais

Há cerca de um ano, durante um curso de planejamento financeiro, tive contato com um conceito que transformou ainda mais minha visão de mundo: a análise comportamental.

Aprendi que existem diferentes perfis de personalidade – pragmático, intuitivo, analítico e integrador – e que entender isso ajuda a compreender como cada pessoa reage ao mundo.

Me reconheci como integrador-analítico, alguém que precisa mergulhar profundamente em um assunto para se sentir confiante e seguro. Isso me ajudou a entender por que, em áreas como o jiu-jitsu, eu sempre fui capaz de me destacar: eu não aceitava ser mediano, eu precisava dominar, compreender cada detalhe.

Por outro lado, percebi que esse excesso de análise às vezes me paralisava em outros campos da vida, especialmente na criatividade. A inteligência artificial tem sido uma aliada poderosa nesse sentido – me ajudando a colocar ideias em prática sem ter que aprender todas as habilidades do zero.

Somos Seres Condicionados – Mas Podemos nos Reprogramar

Algo que aprendi em todas essas experiências é que somos 80% condicionados por nossa criação, nosso círculo social e pelas crenças que absorvemos ao longo da vida.

O segredo está em manter-se adulto, mas com a mentalidade de uma criança: aberta para aprender, sem o peso do medo e das crenças limitantes.

“Você só tem hoje. Não pode viver o amanhã, não pode reviver o ontem. Então viva seu dia com presença.”

Vivi momentos de puro desespero e angústia, mas descobri que há uma força maior quando nos conectamos com o cosmos, com Deus, com o espírito ou com o que você acredita. Quando você entende que o presente é o único tempo real, tudo muda.

5 Hacks Para Treinar Sua Mentalidade de Crescimento

1. Abrace o desconforto como mestre

Toda situação difícil traz uma lição oculta. Pergunte a si mesmo: “O que posso aprender com isso?”

2. Substitua o medo da falha por curiosidade

Cada erro é apenas um teste de aprendizado. Em vez de se julgar, busque entender o que pode ser melhorado.

3. Treine o autodiálogo positivo

Fale consigo como falaria com um amigo que você ama: com incentivo, coragem e paciência.

4. Celebre o progresso, não apenas os resultados

A mentalidade de crescimento valoriza cada pequeno avanço, pois são eles que constroem o sucesso real.

5. Pratique a presença todos os dias

Seja através da meditação, mentalizações ou apenas respirando fundo antes de tomar decisões, o agora é o seu maior poder.

Estoicismo, Resiliência e Mentalização

O estoicismo me ensinou a não lutar contra o incontrolável, mas sim usar minha energia para aquilo que posso transformar.

A mentalização, por sua vez, me mostrou o poder de criar imagens de futuro, de atrair aquilo que desejo através da energia e do foco.

Essas duas práticas — estoicismo e mentalização — foram cruciais para atravessar tempos sombrios e me manter em paz.

Reflexão Final

Hoje, sei que a mentalidade de crescimento não é apenas acreditar que você pode aprender algo novo, mas entender que as dificuldades fazem parte do processo de se tornar quem você precisa ser.

Não se trata de negar o sofrimento, mas de transformá-lo em combustível.

“E você, até quando vai levando porrada, porrada, sem fazer nada? Até quando vai permitir que as crenças dos outros e o sistema ditem a forma como você vive?”

A resposta está em você. Está na forma como você decide olhar para o mundo — e, principalmente, para si mesmo.

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